27 de março de 2008

A nova era do mercado brasileiro


Coluna Econômica - 27/03/2008

A fusão entre a Bovespa Holding S.A. e a Bolsa de Mercadorias & Futuros-BM&F S.A. (“BM&F”) criou a terceira maior bolsa do mundo, a segunda das Américas, em valor de mercado – embora, na saída, os papéis estejam um pouco caros.

A “Nova Bolsa”- como está sendo chamada – integrará as operações com ações e derivativos de ações da Bovespa, com os mercados futuros financeiros, de commodities e de câmbio na BM&F.

Os números são maiúsculos. Pelo balanço dos seis primeiros meses de 2007, a soma das operações das duas bolsas representaram:

• 71% do volume financeiro total na América Latina;

• 55% do valor de mercado do total de bolsas da América Latina;

• 78% do volume financeiro do total de ofertas de ações realizadas na América Latina.

A fusão da Bovespa com a BM&F criará, segundo as empresas, a terceira maior bolsa do mundo e a segunda das Américas, em valor de mercado. “É a maior da América Latina nos mercados de ações e derivativos, com participação de aproximadamente 80% do volume médio diário negociado com ações, e com negócios diários no mercado futuro no valor de US$ 67 bilhões”, confirmaram as empresas. A nova companhia terá o nome provisório de Nova Bolsa e terá as ações negociadas no Novo Mercado.

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A importância dessa fusão transcende o mercado de capitais. A partir de agora, a Nova Bolsa será elemento estratégico em pelo menos três estratégias nacionais: a integração econômica e diplomática com a America do Sul; a integração de empresas e mercados; a consolidação do Brasil como o maior país agrícola do mundo.

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No primeiro caso, já existe um amplo mapeamento de obras de integração regional. A perna que falta é a da capitalização das empresas que irão executar esses trabalhos. A Nova Bolsa terá um poder de captação muito maior, para bancar os grandes projetos de infra-estrutura.

Além disso, uma grande bolsa do continente facilitará a implantação de um sistema de comércio menos dependente do dólar – ponto de estrangulamento em qualquer crise cambial. Os países poderão vender uns para os outros e a compensação entre as moedas ser realizada nos mercados à vista ou futuros dessa Nova Bolsa.

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No campo da integração empresarial, um dos pontos centrais será criar cadeias produtivas entre os países da região. Será a maneira de fortalecer os laços econômicos, ajudar a criar um mercado de consumo maior e ganhar competitividade para enfrentar outros blocos econômicos.

Antes só podiam operar nas Bolsas corretoras que dispusessem de cartas-patente. Agora, qualquer instituição que disponha de um capital mínimo de ações. A Nova Bolsa atrairá mais facilmente corretoras e instituições de outros países. Assim como empresas de países vizinhos atrás de capitalização ou de sócios.

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No campo agrícola, hoje em dia os principais produtos agrícolas brasileiros têm sua cotação fixada em bolsas estrangeiras. Com a musculatura adquirida, será mais fácil para a Nova Bolsa criar produtos adequados à realidade brasileira e permitir ao país ter peso relevante no processo de fixação de preços internacionais.

enviada por Luis Nassif

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